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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Minhas proprias escolhas

Ao assistir ao Billy Eliot,refleti e descobri como eu,Thatieles algumas vezes não tive o direito de escolher o que queria,não tive direito de dizer que o que eu decidi e fiz foi realmente o que queria fazer ou dizer.
Como Billy Eliot que lutava boxe e descobriu no bale a sua verdadeira vocação mas continuou no boxe para satisfazer seu pai.Como Billy também já fiz opções que eram minha mãe que se enxergava no meu lugar e me dizia:
-Que ela não teve a oportunidade e eu tinha e deveria aproveitar ao Maximo.
E exemplo disso foi a minha entrada no CEFET que era ela que queria muito que eu estivese aqui e talvez eu não me enxergava tanto quanto ela.
E descobri?Que o filme e altamente poético,não foi uma tarefa muito fácil pois,a poesia em mim e um campo pouco conhecido.Mas percebi que em cada gesto,palavra e principalmente quando Billy mostrava que o bale era para ele como a água e pra nos essencial era a poesia ali.
Eu nunca experimentei algo que como Billy o deixou disposto para enfrentar seu pai e dizer que o que queria era o bale e eu queria sentir o que Billy senti e dizer aos meus pais:
-Que eu quero ser psicóloga e não medica.
Que eu quero um dia ser livre experimentar e ser experimentada e ate mesmo me arrepender.Ah como eu queria.
E o filme me quebrou preconceitos e tudo aquilo que nossa sociedade nos empoe:

Meninos Meninas
Carrinho Casinha
Futebol Bonecas

Homens Mulheres
Trabalho pesado Donas de casa
Política Moda

E são esses preconceitos que nos construímos hoje.E ao ver o Billy Eliort dançar bale foi ai que consegue sentir a poesia e não enxergar como eu pensava que veria,mas senti um pouco de poesia e senti a musicalidade que a poesia me proporcionou.Senti poesia com poesia.

E POIS CORONISTA SOU .

Se souberas falar também falarás


também satirizaras, se souberas,

e se foras poeta, poetaras.


Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,

quero das culteranias

hoje o hábito enforcar:

de que serve arrebentar,

por quem de mim não tem mágoa?

Verdades direi como água,

porque todos entendais

os ladinos, e os boçais

a Musa praguejadora.

Entendeis-me agora?


Permiti, minha formosa,
que esta prosa envolta em verso

de um Poeta tão perverso

se consagre a vosso pé,

pois rendido à vossa fé

sou já Poeta converso



Mas amo por amar, que é liberdade.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

rua rua rua sol
rua rua sol rua
rua sol rua rua
sol rua rua rua
rua rua rua

Ronaldo Azeredo

O lobo e a garça

Um Lobo, tendo se engasgado com um pedaço de osso, contratou uma Garça por uma grande soma em dinheiro, para ela colocar a cabeça dentro da sua garganta e de lá retirar o osso.

Quando a Garça retirou o osso e pediu o pagamento que tinham combinado, o Lobo, rangendo os dentes, exclamou:

- Ora, Ora! Você já foi recompensada. Ao ser permitido que sua cabeça saisse a salvo de dentro da boca e mandíbulas de um Lobo você foi paga.
Autor: Esopo

Moral da História:

Ao servir a alguém de má índole, não espere recompensas, ao contrário, agradeça se ele lhe virar as costas e for embora.

O leão apaixonado

Um Leão pediu a filha de um lenhador em casamento. O Pai, contrariado mas receoso, aproveitou a ocasião para livrar-se desse problema.

Ele disse que consentia em tê-lo como noivo, mas, com uma condição; Este deveria deixar-lhe arancar suas unhas e dentes pois sua filha temia a ambos.

Contente o Leão concordou. Depois disso, ao repetir seu pedido, o lenhador que não mais o temia, pegou um cajado e enxotou-o da casa para a floresta.

Autor: Esopo
Moral da História:
Para resolvermos um problema, devemos primeiro conhece-lo e só depois enfrentá-lo.

O Rei dos Animais (Millôr Fernandes)

Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: "Claro que é você, Leão, claro que é você!".

Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: "Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?" E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: "Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?".

Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: "Coruja, não sou eu o maioral da mata?" "Sim, és tu", disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o tigre. "Tigre, - disse em voz de estentor -eu sou o rei da floresta. Certo?" O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: "Sim". E rugiu ainda mais mal humorado e já arrependido, quando o leão se afastou.

Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou: "Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?" O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensangüentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: "Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado".

M O R A L: CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS A CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE.

domingo, 7 de junho de 2009

Autopsicografia - Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Segredo - Carlos Drummond de Andrade

A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.
Não ame.

Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
É a revolução? o amor?
Não diga nada.

Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
Não conte.

Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.
Não peça.